quarta-feira, 28 de abril de 2010

Análise do automobilismo no Distrito Federal

[caption id="attachment_103" align="alignleft" width="450" caption="Até a Fórmula 1 já passou por aqui! Infelizmente, outros tempos! Créditos: Motorpasion Brasil"][/caption]

Hoje o automobilismo é um dos esportes mais acompanhados por todo o mundo. Temos em muitos de nossos finais de semana, a Formula 1, a Formula Indy, a Formula Truck e Stock Car nos canais de TV aberta, como também, Nascar, GP2, Formula 2 FIA, WTCC, WRC, entre outras categorias em canais a cabo. Enfim, a transmissão desse esporte formidavel está por todos os cantos muito bem estruturada, para que os apaixonados por este esporte estejam sempre atentos. No Brasil, a coisa não poderia ser diferente. Somos uma grande potencia automobilística com diversas categorias de nivel nacional e autódromos espalhados pelos mais diversos lugares do Brasil, além dos fascinantes circuitos de rua (Circuito do Sambódromo, Salvador, Vitória e Florianópolis). A maioria deles está em boas condições, obedecendo o rigoroso crivo exigido pela Federação Internacional de Automobilismo. Porém, a atenção que é dada a esse esporte, em alguns lugares, no Distrito Federal, não é tão grande. Alias, se é que se pode falar que é grande. E é justamente disso que pretendo falar hoje!

Temos no centro da nossa capital, o maior autódromo do país. O Autódromo Internacional Nelson Piquet foi inaugurado na década de 70, e sediou diversas provas de renome, como o Grande Premio Presidente Médici em 1974, uma etapa extra-campeonato (que não conta pontos para o mundial) da Formula 1, vencida por Emerson Fittipaldi, além das Mil Milhas de 1997. Possui o circuito interno de 5.475 metros, além do anel externo de 2.919 metros, sendo totalmente plano em todos os pontos. No traçado interno, exige bastante perícia, e possui pontos que dependem bem do braço do piloto, como a temida curva da Bruxinha. Já o anel interno, exige baixo arrasto para atingir a melhor velocidade possivel, mas ao mesmo tempo, equilibrio para as quatro curvas a direita.

Todavia, poucas categorias nacionais hoje utilizam o circuito e quase todas elas, utilizam o circuito externo, apenas a apagada F3 Sul-Americana

[caption id="attachment_104" align="alignleft" width="300" caption="F3 em Brasília. Sem divulgação, toda corrida da categoria aqui tem arquibancadas vazias! Créditos: Diário Motorsport"][/caption]

e a GT3 que utilizam o traçado interno. Um dos problemas está a vista. O circuito de Brasília está jogado  as traças, ou melhor, aos barros. Sem manutenção preventida, o circuito ainda está contando com áreas de escape de terra, e em alguns pontos, o espaço para desaseleração é insuficiente para evitar um acidente forte. A Curva da Bruxinha, com ângulo de 90 graus a esquerda feita depois de uma dupla tangência com aceleração plena, tem apenas 41 metros de área de escape. Imagine um monoposto vindo a 250km/h de frente em uma área de escape dessas, e o pior, com uma parede de pneus com apenas 1,5 metros de profundidade. Ai minha perna!

A área dos boxes e bem cuidada, mas o asfalto é bastante abrasivo, e isso no calor que é Brasilia detona os pneus em qualquer corrida. Pelo menos o anel externo ainda recebe a Stock Car e a Formula Truck, e por essas terem atenção da Globo e da Band na transmissão, o circuito tende a ser mais cuidado, não evitando de ver a cena, um carro indo pra fora da pista, e vindo meia tonelada de poeira pra cima.

Nos Kartódromos, a situação muda um pouco, até porque a maioria está sob o controle de empresas que por um preço simbólico, dão o direito de qualquer um correr de kart uma bateria. Os principais deles são o Kartódromo Ayrton Senna, no Guará II, Kartódromo do Parque da Cidade e o Kartódromo Nelson Piquet, dentro do autódromo. São geralmente bem cuidados, com pistas espaçosas, boa cobertura de paddock, tendo condições de sediar campeonatos nacionais sem problemas. E cada pista tem sua

[caption id="attachment_106" align="alignleft" width="300" caption="Disputa acirrada é cena comum no kartódromo do Guará. Créditos: GPNews"][/caption]

característica: no Guará, a pista é bem larga, com curvas que permitem desenvolver boa velocidade de virada, e boas disputas de freada no fim das retas. Já no Parque da Cidade, a pista do Carrera Kart, é bem seletiva, com vários traçados possiveis, mas em todos eles, o traçado é travado e exige bom trabalho pra ultrapassar. Cercado de verde, é uma excelente

[caption id="attachment_107" align="alignleft" width="300" caption="Carrera Kart: Velocidade com a paisagem do parque. Créditos: Panoramio"][/caption]

jogada correr lá, apreciando a beleza do parque. E por último, a pista do autódromo, é a maior de todas com 1.050 metros com várias retas e curvas de 180 graus. Digamos, um meio termo entre as duas acima citadas. A pista é controlada pelo Ferrari Kart, tem uma das melhores estruturas, e sedia etapas do Campeonato Brasileiro de Kart, além de campeonatos locais.

[caption id="attachment_108" align="alignleft" width="300" caption="Dentro do autódromo Nelson Piquet, estrutura boa, desde a provas Indoor a Campeonatos Nacionais! Créditos: UNB - Campus Online"][/caption]

Porém, apesar de ser sonho de muitos, o automobilismo, que começa pelos pequenos Karts, é um esporte muito caro, que limita para muitos esse desejo. Para piorar a situação, não existe nenhum incentivo do governo, ou de autoridades do esporte em querer levar esse tipo de esporte as classes menos favorecidas da sociedade, como é feito com outros esportes, através de diversos projetos sociais. A falta de empresas interessadas nisso também é um grande alarmante, já que manter um Kart é um absurdo, construir kartódromos então, nem se fala. Mas nem tudo pode estar 100% perdido. Se essa consciência se espalhar, pode ser que a sociedade mais favoritas enxerguem essa sede de esporte a motor que assola muitos brasilienses. Um dos maiores exemplos disso, é a pista antes utlizada pra Kart Indoor no final do Pistão Sul, em Taguatinga. Como a empresa que administrava o empreendimento desistiu, a pista está abandonada há anos. Se alguém investisse ali, para começar jovens talentos no esporte, que resultados maravilhosos poderíamos ter? Temos que lembrar que de nossa cidade saiu um tri-campeão mundial de Formula 1, Nelson Piquet, e um grande talento da Indy, Vitor Meira. Quantos desses pilotos podem estar escondidos por aí, esperando apenas um incentivo pra brilhar?

Abraços!

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