quinta-feira, 26 de agosto de 2010

No Brasil, a tragédia; No Horario Eleitoral, a comédia

Bem amigos... o Blog do Alex, depois de um longo tempo parado está de volta. Vão me argumentar, que materia pra alfinetar minha opinião sobrou nesse meio tempo, mas tempo que é bom, não tive. Mas agora estarei de volta, com uma das polêmicas mais questionaveis das últimas semanas.

No último dia 17, começou a ir ao ar no rádio e nas emissoras de televisão abertas, o Horário Político Obrigatório. É através dele que os grandes candidatos procuram expandir mais as suas campanhas, e os pequenos se auto-divulgam, para tentar conduzir a sua campanha de maneira mais abrangente. Como todos estão cientes, apesar do processo do Brasil ser considerado democrático, o tempo não é igual para todos, e nem teria como ser, afinal existem partidos de representatividade nacional, de grandes coligações, enquanto existem outros, principalmente os de esquerda, que implantam propostas de governo mais ligadas a ideais socialistas, entre outros. Isso se vê claramente, com partidos que tem seus candidatos a presidente com menos de um minutos, enquanto outros, possuem dez vezes mais tempo ao dia. É uma realidade, infelizmente.

Porém, isso é apenas uma questão a ser apontada nessa eleição.De quatro em quatro anos, somos espectadores de candidatos conhecidos, de outros que fazem bons trabalhos, mas que só são conhecidos onde atuam, e é claro, de personalidades famosas, que por mais bizarros que possam ser, querem tentar uma nova chance na carreira política. E é claro que em 2010, isso não seria diferente. Logo quando começaram a serem divulgadas as candidaturas, vários nomes já conhecidos do público brasileiro, começaram a aparecer entre os candidatos aos cargos que decidem sobre o cotidiano da nossa nação. O polêmico estilista Ronaldo Ésper, os cantores Kiko e Leandro da ex-febre adolescente feminina KLB, o apresentador Netinho de Paula (sim, aquele mesmo que deu uns cascudos na mulher), os ex-jogadores Marcelinho Carioca, Vampeta, o atual que joga pelo nanico Botafogo-DF  Tulio Maravilha (não esqueçam, é o homem dos mil gols), e por aí vai. E é claro, a candidatura que mais tenha causado furor: o humorista Tiririca. Isso sem contar as mulher-fruta que resolveram adentrar em campanha também. Resumindo, ficou igual a festa da música tupiniquim.

A principio, nenhum candidato assim que lançou a campanha deve ser considerado um sensacionalista em busca de mais fama, ou até de aproveitar a mesma e conseguir votos de fãs por todos os lugares. Mas isso mudou assim que começou o horário político na televisão. E quem poderia ter sido o maior destaque nisso? Tiririca, sem sombra de dúvidas. Algumas horas depois da primeira exibição, o bordão "Vote no Tiririca, pior do que tá num fica!", já estava bombando no Youtube, assim como "O que é que faz um deputado federal? Pra falar a verdade, eu não sei, mas vote em mim, que eu te conto!". Isso sem falar de outros candidatos, como a Mulher Pêra, que com um uma roupa bem chamativa ao eleitor masculino, deixou seu recado e ainda mandou beijinho para todos. E o que dizer de Ronaldo Ésper, prometendo agulhar os políticos para melhorar Brasília (não sabia que o Brasil era apenas a capital). Olha, e por aí vai!

[caption id="attachment_115" align="alignleft" width="300" caption="Legenda que cai como uma luva, para a situação da política atual!"][/caption]

Não quero falar um monte de coisas sobre isso, pois vivemos em um país bastante aberto no que diz respeito a liberdade de expressão. Também não irei questionar escolaridade de ninguém, pois já vimos muitos caras que mal tiveram condição de estudar na vida, e se tornaram grandes personalidades, como o presidente do país, Luis Inacio Lula da Silva. Independente do governo dele, ter sido bom ou ruim, isso não discutiremos agora, temos que considerar que nunca no mundo, um torneiro mecânico havia chegado à um posto tão alto de poder, e sendo reeleito depois do primeiro mandato.

Por outro lado, temos que considerar a seguinte hipótese? Poder ser livre pra falar tudo aquilo que bem entender, sem nem compromisso com quem está assistindo? Será que ser um mero deputado estadual, federal é apenas uma profissão a mais, é apenas criar leis, é apenas ficar no Congresso. Independente dos fatos, dos lugares, das pessoas, a política é uma coisa séria, e mesmo que a pessoa não possua carga de graduações, diplomas ou méritos, talvez o que mais conte, seja o conhecimento dessa pessoa quanto aos problemas dos mais necessitados, a criação de leis que beneficiem a todos, o destino do dinheiro arrecadado com os tributos pagos todos os dias pela população, independente de classe social. Não sou contra que qualquer um se candidate, quer dizer, até sou se essa pessoa quiser apenas ficar se fazendo de outdoor na televisão. A partir do momento que um candidato fala que não sabe o que a sua função que ele exercerá, caso seja pela vontade do povo que isso aconteça, essa pessoa merece estar concorrendo com pessoas sérias, que vêem a situação sofrida de muitos brasileiros? Isso é, de forma implícita, dizer "Ah, quero ser deputado, mas nem sei pra que... Não estou nem aí para vocês, eleitores."

[caption id="attachment_114" align="alignleft" width="240" caption="Visão realista de um voto mal-feito! Créditos: Atualizei.com"][/caption]

Simultaneamente, vemos diariamente candidatos de partidos pequenos, sem fama nenhuma, mas que possuem boas propostas para uma vivência mais justa do povo. Esses dias mesmo aqui no Distrito Federal, um candidato propôs a integração de aulas de trânsito no ensino médio, como forma de conscientizar o futuro motorista, tornando o ensino para a habilitação, literalmente uma auto-escola. Mas... quem viu isso? Quase ninguém, é de partido da esquerda, tem menos de 20 segundos no ar. Enquanto isso, outros tem tempo de sobra, e não falam nem sequer coisa com coisa. Isso sem contar aqueles que lêem o texto, e de forma totalmente explicita e ridícula, dando pra perceber até as pausas nas quebras de linha. Quando o povo for cobrar melhorias, ele vai estar lá, junto com o problema, e um acessor segurando a plaquinha para ele ler a solução? Imagine que cena grotesca!

Enfim, é praticamente impossivel mudar essa coisa de partido, de tempo que cada um tem no ar, e que sabemos que para quem fala sério, quando quer trabalhar na política, o mundo é injusto. Até nisso, tem que ter o Q.I (o famoso Quem Indica). Mas claro, não deixo de reforçar a todo momento, que seu voto pode ser apenas um entre cento e noventa milhões, mas que mesmo assim, não deixa de ser importante, assim como você também exercer o papel de pensar bem, antes de escolher o primeiro best-seller do Show Business para te representar. Olho em cada candidato. O Horário Político pode ser engraçado, mas a maioria conclui que é um saco. Mas a presença deles na televisão e no rádio mostra que todos nós podemos exercer a democracia, pois você pode votar em quem achar melhor. Se você pensar sob um ponto de vista justo, qualquer que seja seu voto, será o melhor para o seu país. Basta saber analisar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário