quarta-feira, 28 de abril de 2010

"Como estou trabalhando" da PM no melhor estilo Coreia do Norte


POLICIAL MILITAR É PRESO, APÓS APRESENTAR TESE, QUESTIONANDO A EFICIÊNCIA DOS POSTOS POLICIAIS.


Desde 2008, o Governo do Distrito Federal juntamente com a Secretaria de Segurança Pública, começou a instalar nas regiões administrativas do Distrito Federal, postos policiais nas áreas com foco de violência acima da média. Estes teriam 16 policiais revezando em turnos de 24 horas em sua grande maioria, e custariam aos cofrer públicos, média de R$ 104 mil reais para a construção dos mesmos. O objetivo da Policia Militar, era deixar o efetivo mais próximo da população, trazendo mais segurança à essas áreas mais necessitadas.

[caption id="attachment_92" align="alignleft" width="300" caption="Construção futurista, sem compromisso com futuro otimista! Créditos: Blog da Samanta (Correio Braziliense Blogs)"][/caption]

Mas, depois de dois anos na ativa, a população tem questionado bastante a ação dos postos policiais em algumas cidades. Alguns habitantes da Ceilândia, Guará, Paranoá, Itapoã, tem reclamado que a ação dos postos têm sido pouco efetiva, e que isso tirou o policiamento das ruas, deixando os militares apenas dentro dos postos, enquanto os bandidos fazem a festa nas ruas das cidades. Relatos de pessoas de minha vizinhança, na Ceilândia Norte, questionam que a localização dos postos não está correspondendo a demanda de violência, pois não há nenhum posto policial desse gênero aqui nas proximidades, deixando os benchmarks de violência com número bastante elevado. Tem bandido que nem sequer se retrai pela presença dos postos policiais. Prova disso foi o posto policial incendiado no Guará II este ano, antes mesmo de ter sido inaugurado. Hoje, ele já foi reformado e funciona normalmente.

Mas quem pensava que a mobilização iria vir apenas da população que depende dos serviços da corporação presente, teve uma surpresa um tanto questionavel nessa semana. Ontem, o Major da Policia Militar do Distrito Federal e apresentador de um programa no seu site DeOlhoNaSeguranca.com Charles Menezes foi preso, tendo que ficar quatro dias confinado no quartel do Comando Geral da PM, no Setor Policial Sul. O motivo? Como atividade de uma especialização dentro da própria corporação, o militar redigiu uma tese, com mais de 100 páginas, no qual o mesmo citava que a adoção dos postos policiais pouco haviam adiantado no combate a violência no Distrito Federal

[caption id="attachment_93" align="alignleft" width="300" caption="E aí, Arnaldo... Na prisão do Major, a regra é clara? Créditos: De Olho na Sua Segurança"][/caption]

Depois da tese concluida, o Major Charles entregou sua tese ao Comando da Policia Militar, que, segundo ele, não deram suma importancia ao que estava sendo retratado. Sendo assim, o militar mandou o artigo para as principais embaixadas brasileiras. Resultado: o oficial acabou preso, pois segundo a corporação, ele agiu de maneira anti-hierárquica, ao quebrar o regimento da instituição que diz que há de ser punido qualquer membro que divulgue algo com o objetivo de denegrir a imagem da mesma. Magalhães ficará até sábado preso no Quartel do Comando Geral da Policia Militar,  saindo apenas a noite para dormir em sua residência (ainda bem que essa moda não pega).

Agora, eu me pergunto: a PM agiu certo, no enquadramento do Major, no caso acima citado? Afinal, ficou bem claro, que além do estudo ter carater acadêmico, e não teve como objetivo, sujar a imagem da instituição militar, o militar quis apenas abrir os olhos a uma realidade que a população de certa forma está sentindo na pele. A violência continua, o efetivo não está nas ruas como antes, e os criminosos não se intimidam. Nenhum posto policial tem estrutura pra aguentar um tiroteio (inclusive um deles, já chegou a ser metralhado recentemente). A Policia Militar em sua defesa, disse que em casos como esse, o militar pode recorrer da sentença. Mas será mesmo que em meio as circunstâncias, o major, com todo o currículo que ostenta, participação em diversos projetos sociais,  não fez isso? Pode ser mais uma prova de que o pensamento democrático de ouvir claramente todos os lados, sob todos os pontos (e vírgulas) de vista, ainda não está tão formulado, em pleno o século XXI.

Abraço!

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