segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Preconceitos de uma sociedade auto-explicativa

Uma coisa que anda sendo bastante discutida no mundo político hoje, ainda mais nessa época de eleição, ondecada vez mais, se coloca a uestão da liberdade democrática, do estado laico, e da igualdade de poderes e direito. Calma, mas hoje o assunto não é política, eleição, nada disso. Hoje falarei de algo mais pertinente, mais polêmico, mais complexa. Falarei de como a sociedade está lidando com o homossexualismo na sociedade atual.

[caption id="attachment_133" align="aligncenter" width="450" caption="Igualdade de direitos: Uma coisa meio que inexistente entre as diversas opções sexuais."][/caption]

Tido como uma coisa do diabo na idade média, e posteriormente, na idade Conteporânea considerado por muitos uma doença, o fato de assumir publicamente a homossexualidade foi durante muito tempo um grande motivo para peneirar o ser humano de tudo quanto foi atividade que o homem exerceu no mundo. Um dos fatores que tem sempre influenciado na vivência dos individuos homossexuais, é a religião, que hoje em alguns países, é sumariamente presente nesse assunto, chegando a punir com a morte, aqueles que demonstrem algum indício de mudança no caráter sexual. No Brasil, e em muitos outros países, não chega a tanto, mas não pensem que não existem balas para serem disparadas contra essas pessoas; elas apenas estão engatadas em outra arma. E que arma seria essa? O preconceito ideológico, de direitos, de igualdades, de convivência. O fato da Organização Mundial de Saúde ter descaracterizado o homossexualismo como uma doença, tendo a partir daí adotado outro termo, homossexualidade, não mudou em muita coisa, a vida dessas pessoas no caráter do Estado.

Para continuar, vou passar a citar alguns exemplos aqui. O primeiro deles, são os Países Baixos, que muitos de vocês costumam chamar de Holanda, o que é incorreto. Conhecidos por ser um dos países mais liberais do mundo, os Países Baixos foram um dos primeiros a liberar o casamento entre homossexuais, e a decisão foi bem acatada pela população neerlandêsa. E não só por eles, mas também por muitas entidades em defesa dos Direitos Humanos. Daí pra frente, foram muitos os outros países que seguiram o mesmo exemplo, como Bélgica, Canadá, Espanha, Islândia, este último tendo uma curiosidade: a Primeira-Ministra do país, Jóhanna Sigurðardóttir é homossexual, tendo realizado seu casamento no primeiro dia em vigência da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, dia 27 de Junho de 2010. Outras muitos Estados foram permitindo, porém de modo diferenciado. Alguns países permitem apenas a união civil, como é o caso do Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, França e Uruguai. Já outros, a união formalmente, e judicialmente ainda não é permitida, e é nesse grupo que o Brasil se encaixa. Aos países árabes, bem, não precisa nem dizer.

[caption id="attachment_134" align="aligncenter" width="398" caption="A primeira-ministra islandêsa Jóhanna Sigurðardóttir, primeira chefe de governo declarada homossexual da história. Créditos: Wikipedia"][/caption]

E por que resolvi então martelar nesta questão hoje? Vou explicar a você, leitor. Na semana passada, a candidata do Partido Verde à presidência da república Marina Silva, em entrevista ao jornal SBT Brasil, declarou ser contra o casamento gay no Brasil, deixando a lei como está, caso fosse eleita. Essa opinião provocou uma certa polêmica entre todos os que são a favor da legalização, ainda levando-se em conta que Marina é evangélica. Para alguns, a candidata usou a influência religiosa para constituir essa opinião, e que isso seria errado, já que vivemos em um estado laico, ou seja, que há completa liberdade religiosa, e que é extremamente vetado o governo influenciar no caráter espiritual de cada um. E não estão sendo poucos os casos, onde candidatos ligados a uma orientação religiosa estão usando isso como artificio para se eleger. Isso porque muitas questões estão sendo discutidas para serem legalizadas. Além do casamento gay, se discute também a legalização do aborto, da profissão da prostituição, entre outras. É possivel que nas próximas eleições, num futuro próximo venha a ser discutida a questão do uso de células-tronco para experimentos com seres humanos. São questões muito complexas, que mexem com a sociedade, mas que esbarram em questões ideológicas, na religião, na preservação da vida e dos costumes que foram passados desde o início da era.

O problema é que nunca há uma discussão sadia dos dois lados. Quem é a favor da legalização, quer discutir isso, expõe argumentos, justificativas, meios e fins. Todavia quem é contra não mostra querer um acordo. Simplesmente expõe pontos de vista, sem querer saber de outras opiniões. Há uma grande barreira criada por diversas doutrinas, que cria um certo preconceito, totalmente prejudicial aos homossexuais no mundo. É criado um estereótipo de que estes estariam sujando a imagem da sociedade pregada por Deus ao criar o Homem para a Mulher e vice-versa. É lamentavel isso? É! Não quero aqui discutir o que é certo, o que é errado, se deve legalizar de vez ou não. Mas será que é mesmo necessário criar uma muralha tão grande? A questão da homossexualidade está cada vez mais presente na mídia, nas novelas como na novela América na Rede Globo, transmitida em 2005, em filmes como O Segredo de BrokeBack Mountain, ou até mesmo no horário eleitoral, quando esse ano, o PSOL mostrou a cena de dois homens se beijando durante seu espaço na televisão.Para muitos, isso parece a banalização do proibido, um atentado ao pudor. Mas isso só mostra raizes de um estado arcaico. Conclusão: se não concorda, acho que tentar passar isso como uma maneira de se auto-promover era passivo de punição. Simplesmente deixe como está, e deixemos que os tempos construam a ideologia de opção sexual do estado brasileiro.

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