domingo, 5 de setembro de 2010

Eleições Parte II - Seria trágico... se não fosse... sério!

Continuando mais um post com o assunto política, hoje vou retornar na questão que martelou o tópico da semana retrasada. Nos últimos dias não está sendo nada facil assistir na televisão o horário político. Isso porque o que era pra ser uma vitrine de propostas para melhorar as nossas vidas, de nossas familias, e da infa-estrutura de nossas cidades. Virou uma verdadeira balburdia, onde as propostas foram trocadas por ofensas, ataques, acusações, revanches de acusações, e por aí vai... uma grande lavagem de roupa suja, que mancha a imagem dos políticos, de quem os apoia, e quem acaba perdendo com isso? O eleitor que se perde, em meio a tanto bate-rebate, como andei chamando esses acontecimentos no Twitter essa semana. Há uma crise generalizada no sistema eletivo, desde alguns casos, a uma justiça que para muitos é injusta com candidatos impugnados, a até candidatos que simplesmente, não estão sabendo conviver com o sabor da virada, ou da possivel derrota.

Bom, mas vamos deixar as metáforas de lado. O caso que mais tem chamado atenção aqui no Distrito Federal, tem sido o que envolve o candidatos do PSC ao governo, Joaquim Roriz. Em 2007, Roriz renunciou ao cargo de senador para escapar da cassação, e da ilegibilidade por oito anos, como manda a lei, no famoso caso da "Bezerra de Ouro". Segundo esse acontecimento, o candidato estaria inelegivel por 12 anos, e nem sequer poderia concorrer ao governo na eleição desse ano, como manda a Lei da Ficha Limpa. Roriz teve sua candidatura negada por duas vezes, porém ainda prossegue com campanha, e pretende buscar recurso no Supremo Tribunal Federal. Nesse meio período, aconteceu o que menos Joaquim Roriz queria. As pesquisas já apontam Roriz já atrás do candidato do PT, Agnelo Queiroz. A reação do candidato da direita, que passou 14 anos pior, não poderia ser pior. Joaquim Roriz passou a usar o seu programa para apresentar acusações contra Agnelo, de supostos escândalos envolvendo o rival quando este era Ministro dos Esportes. O tempo usado pelo mesmo, e não só por ele, mas como também pela candidata ao senado, também impugnada, Maria de Lourdes Abadia foi totalmente "dedicado" a distribuir acusações e ofensas. Uma verdadeira falta do que fazer. Não quero acusar, nem defender ninguém, não estou aqui a mando de nenhum partido. Mas acho que horário eleitoral pra distribuir ofensas ao ver ameaçado uma eleição quase certa, é anti-ético, anti-democrático. E do outro lado, o exemplo foi mal aplicado também. Com a recusa da candidatura de Roriz, pelo TSE essa semana, a coligação de Agnelo passou a usar boa parte de seu tempo, para destacar o candidato "ficha-suja". Quantos e quantos candidatos pequenos, a distrital, a federal, não sonhariam em ter esse tempo para expor suas propostas, para mudar para melhor nossa cidade? Foram traídos por um boxe diplomático. E o mais intrigante, ainda nesse caso em Brasília, é quem têm candidatos, que tem tempo sim, mas que ainda sim, preferem gasta-lo todo, fazendo praticamente uma idolatria ao candidato. Não vou citar nomes aqui, mas no meu Twitter, vocês podem estar conferindo sempre. Lá eu não censuro ninguém!

Toda essa balburdia, não foi nem páreo para a mesma que atingiu a política a nível nacional essa semana. Na disputa presidencial, a briga está armada, entre os dois principais nomes dessas eleições, o tucano José Serra e a candidata do PT, Dilma Rouseff. Depois da grande ascenção de Dilma nas pesquisas, começaram a aparecer acusações de todos os lados. A mais grave delas talvez tenha sido aquela, sobre a quebra do sigilo financeiro da filha de José Serra, por parte do pessoal petista. No dia que estourou a bomba, o pau na televisão comeu solto. Serra foi ao ar, e em tom pouco democrático, no meu ver, admitiu estar furioso com a atitude de sua oponente em fazer isso, além de reinterar que sua filha nunca nem esteve envolvida no cenário político. Enquanto isso, mais coisas foram surgindo. Citaram inclusive fato semelhante que aconteceu nas Eleições de 1989, quando partidários do candidato Fernando Collor de Melo, quebraram o sigilo fiscal da filha de seu rival, Luis Inácio Lula da Silva. E justamente Collor, se tornou o grande pivô de acusações, de todo esse rôlo. O candidato ao governo de Alagoas, era rival do PT, nas eleições de 89, mas hoje faz parte da mesma coligação de Dilma Roulseff. Com isso, se montou uma possivel "equipe" de governo já planejada, caso Dilma fosse eleita, conhecida nos comerciais como o "Time da Dilma", em alusão ao bordão usado nessas eleições aos candidatos petistas, o "Time de Lula." Enquanto isso, Dilma não para de subir nas pesquisas, e as acusações só aumentam. A terceira fatia do bolo, a candidata Marina Silva, do Partido Verde, afirmou em entrevista essa semana ao Jornal do SBT, que seria de muita má índole, usar o espaço de campanha para tais fins. Para Marina,  isso vai contra os princípios de democracia.

Bom pessoal, como dito, não estou aqui para apoiar e defender ninguém. Porém a palavra da candidata Marina Silva é um exemplo ao que deveria ser aplicado em termos de eleição. Será que acusações são a melhor maneira de reverter um quadro de virada, ou de grande ascenção? Claro que não. Vivemos em um país que está em pleno desenvolvimento, mas que ainda falta saúde, educação de qualidade, acesso a informação, ao conhecimento, enfim... Quantas propostas boas poderíam ser apresentadas, ao invés de tornar o horário eleitoral, que para muitos, já é um saco, um verdadeiro ringue? Muitas questões surgem nessa temática. Candidato que usa seu tempo para lavar roupa suja mereceria um puxão de orelhas? Candidatos impugnados poderiam continuar com seus programas? De certa forma é injusto, o que acontece com candidatos pequenos, que não podem ter sequer uma chance de serem mais claros com suas metas, porque os grandes, mesmo com várias restrições, continuam com suas campanhas como se nada tivesse acontecido. Isso é algo que não é de se concordar jamais, não para quem vive em um país que lutou durante 21 anos por democracia. Infelizmente são temáticas que a justiça ainda caminha a ritmo de tartaruga para resolver, os julgamentos são lentos, não se vê tanto interesse em expôr ao cidadão que podemos enxergar uma sociedade mais diferente, mais justa, mais igualitária. O que vemos, é uma preocupação com audiência, infelizmente!

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